O poder não é algo tátil, mas sapiente e orquestrado, que
age com movimentos súteis e discretos nas peças do tabuleiro do Xadrez, com
suave melodia e harmonia ao gosto dos ouvintes. Que nada compreendem na cerne,
mas se atém ao campo literalmente visual dos resultados. Regidos pela programação
inserida na matriz mental, recebem o plantio das sementes, que produzirão a farta
seara que o sistema irá colher. Com a colaboração ingênua dos “peões” induzidos
e conduzidos pela ilusão do exercício consciente da cidadania patriótica, da
boa-fé, no não menos, que mais uma peça no tabuleiro do xadrez. Entoando o
coral com o verso: em “defesa da Democracia e soberania nacional”.
Personagens, providos com currículos e histórico que trazem
em si influência e representatividade sobre classes e massas, com desejo
ardente de poder. Esse é o perfil ideal para ser posto no tabuleiro e assumir o
título de “Rei”. O PLAYER do sistema é invisível, mas é ele quem faz a jogada,
e muda as regras do jogo ao seu bel-prazer. As vezes retira do jogo uma peça,
execra. Mas logo que julga importante para o controle da sua partida, o traz de
volta com status de redentor, execrando o que detinha tal insígnia, e
vice-versa.
Todo o objetivo é manter o poder sobre os domínios do
sistema, para permanecer operante e nunca deixar escapar o controle. Para isso
é preciso ter o movimento das massas em consonância com seus interesses, pois
são elas quem chancelam, outorgam, carimbam, assinam a carta que dá o direito
legal e institucional ao uso da batuta. Positivando uma peça do tabuleiro como
se fosse a melhor escolha possível no momento do pleito eleitoral. Achando que
estão no mais absoluto cumprimento do dever civil e democrático. Na verdade dos
fatos estão Hipnotizados e alienados pelos Players, que oferecem um manto
ideológico fictício aos peões, que vestem e acolhem a ideia com todas as forças,
e passam a chamar de “nossa causa”. Néscios ao cúmulo de achar que são eles que
selecionaram o redentor, o Rei do tabuleiro. Quando na verdade não havia
escolha, mas imposição. Pois os players, esses sim, escolhem e colocam a
disposição das massas de forma impositiva, pelo direito obrigatório (CF/88
Art.14,§1º, I) do exercício do sufrágio legal, que se faça a chancela. Que
outorgue o “seu Rei”.
No Brasil, o sistema tinha removido estrategicamente sua
peça favorita, o seu Rei, do jogo. Por sentir que as gotas de lama já estavam próximas
de mais de seus “blazer brancos”. Mas o substituto, como capitão, não tinha a docilidade
necessária ao posto de Rei, nem se esforçou para cumprir, ou seguir com o
arquétipo de mãe do removido. Pois seu arquétipo é antônimo, “mão de ferro”,
que abarcou no navio somente a tripulação, exceto um segmento ou outro. Assim
sendo os Players decidiram neutralizar o “Pai” e trazer de volta a docilidade.
Com ar de embate duro, difícil. Mas a realidade já estava construída, pois
sempre irá prevalecer o jogador e não as peças.
Como detentores de
grande poder e bons estrategistas que são, se colocam acima das leis e da ordem
democrática, hodiernamente existente somente na retórica, que se torna mantra de people. Não se permitindo
serem ameaçados ou vencidos por qualquer que seja o vil desperte. Ainda que
seja preciso levantar um outro Rei, poder. Esse tem que ser menor, complacente,
submisso. Ou será removido, com ação sutil, que dilacera mas que as garras de
adamantium do Wolverine.
Para conter a
“saciedade zero” do abocanhamento, e da sangria estatal causada nos cofres
públicos, empresas privadas companheiras, e nas não parceiras, levantou-se a
justiça, com a Operação Lava jato, no combate a corrupção, personificada em um
Juiz Federal e seus Procuradores. Empunhavam o cumprimento estrito da lei aos
infratores. Mas os players perceberam a aproximação da força tarefa que já estava
derrubando as torres, e na iminência da invasão ao seus castelos. Mas com uma
jogada neutralizaram suas ações, mostraram quem verdadeiramente manda e
organiza o sistema. Trazendo de volta ao
jogo o execrado, o troféu da justiça, foi liberto das grades, escorregando
entre os dedos das mãos da operação. Mas para não ficar de graça, à autoridade
togada foi engazopada, como aquele ditado popular que diz:” o cão atenta com
alegria”. Foi seduzido a subir ao degrau maior, Ministro da Justiça. Iluso com
sua aspiração máxima, e possível, à cadeira “Vitalícia” do poder, supremo STF
(Superior Tribunal Federal). Os
jogadores então entraram em cena tão astutos quanto a serpente do éden. falaram
ao ouvido do “bispo”, e. E o preço do cargo lhe custaria a renúncia da toga,
seu esteio que lhe rumou até ali. De Eva tiraram o céu. Do togado, tiraram lhe
o chão pela promessa ilusória do céu. O “bispo” teve seu sonho frustrado pela
limitação do poder do Rei, que não é absolutista. Os players não elevariam a
tal posto alguém rígido e impenetrável, não serviçal, que ameaçaria todas as
suas diversas organizações, tão espalhadas e presentes que parecem o “olho de
deus” da saga Velozes e Furiosos. Então forçaram a renúncia do “bispo” ao
cargo. Perdendo assim todo status quo.
Mas os personagens centrais da Operação identificaram que a
lei não é o poder maior, e sim quem as faz. Migraram então para o Panteão,
sobre a égide do sufrágio popular, dos inocentes bem intencionados, peões. Mas
o poder genuíno também não estava lá, como dizia Raul Seixas. A “torre” teve
seu mandato de deputado Federal cassado. E o “bispo” silenciado, pois está
enfrentando também um processo de cassação do mandato de Senador da República.
A mão invisível é magistral ao quadrado, não permitem se
quer serem ameaçados, imagine perder. Sempre derrubam as ameaças, por menor que
sejam, mas não aniquilam, pois sempre serão uteis. São guerreiros, sombra
aterrorizante ao “Rei” em exercício do poder. Se o mesmo vacilar eles levantam
do pó o guerreiro adormecido para assumir o posto do renitente. Derrubaram e
levantaram o “Rei” atual. Em contra partida puniram com a derrubada do poder, o
“Rei” que ouvindo seus conselheiros intentou a pensar em virar o tabuleiro do
xadrez tirando o controle, mudando o tipo de jogo, uma afronta ao sistema. Puniram
com rigor, tornando-o inelegível, e perseguido, ameaçado pela justiça de
possível condenação, e restrição da liberdade, no enfrentamento dos processos.
Em uma demonstração clara de que o poder também não está no Panteão.
Os players – A Elite Financeira Fabiana detentora de grande
quantidade de bancos espalhados pelo globo, controladora da economia de grande
parte das nações e dos mecanismos reguladores, são as faces ocultas do poder. Invisíveis,
dominadores implacáveis, invencíveis. São foda! Por eles são colocadas e por eles
são removidas as colunas do Panteão.
Oh “Reis e peões, só
a caixa é vosso lugar soberano.
O
viajante