SUPERAÇÃO DA DOR EXISTENCIAL
Nossas vidas são permeadas de sonhos, desejos e projeções. Mas
por muitas vezes nos vemos constrangidos pelas circunstância a tomarmos
caminhos diferentes daqueles idealizados e cogitados por nós. Quando pensamos
que estamos evoluindo em algum projeto ou direção, nos vemos estagnados ou
perdidos na odisseia humana, como se estivéssemos novamente no marco zero. Agora
trazendo conosco dores, traumas, frustrações e cicatrizes. E lá vamos nós a
começar tudo novamente no balançar das marés, no girar do carrossel, tentando
marear o rumo da existência como se em nós houvesse tamanha habilidade, e poder
para tal façanha.
Como poderíamos encontrar a essência, o sentido, a
satisfação para o nosso ser! Como seria possível passarmos por esse plano
lidando harmonicamente com a existência das dores, mas com grande jubilo e
serenidade na alma? Podendo enfrentar todas as adversidades, dificuldades e
obstáculos com bom animo, fé e ímpeto? Essa bussola que direciona ao rumo do
farol, ao porto seguro, está dentro ou fora do ser? É possível encontrá-la? Se
sim. Em qual das duas vias? Ou em ambas? E se não. Como viver sem sentido, perdido ao
mar, rodeado de incertezas, inseguranças e temores dos trovões, raios e ventos
das tempestades. Da escuridão da noite e das marés não mareadas.
Muitas pessoas se
encontram ilhadas, rodeadas por esses e outros questionamentos existenciais.
Outras apena gemem as dores da alma. E há aqueles que saem como tufão,
extravasando suas agonias, aflições, desgostos e amarguras, num processo de
autodestruição, e destruindo a tudo e a todos que estão à sua volta ou que
cruzam seu caminho. Não culpabilizando aqui, esse ser que apenas gostaria de si
encontrar na odisseia da vida. Ser um protagonista da sua própria história.
Sentir-se vivo e vivaz, experienciando as mais belas e plenas emoções que a
vida pode dispor, com sentimentos de prazer, realização e satisfação. A
essência e fundamento de um existir pleno, o encontro do barco com a praia, da
vida com felicidade humana ao longo da jornada existencial.
A sede, o vazio que leva à busca constate pela eliminação da
dor e do sofrimento, e o encontro com a satisfação é algo interior que não se
consegue suprir com as coisas materiais, externas. São questões da alma do ser
vivente. E por serem de natureza não empíricas dependem de uma conexão ou
reconexão, religação com as origens, o criador. Buscar aquilo que vai além do
sensitivo, do visível e palpável, daquilo que não se ver mais sente, sabe que
existe e que faz a diferença, que completa, realiza, satisfaz, consola dar o
alento. Como o oxigênio é para a vida, primordial e mais intenso que o alimento
é para o corpo físico, assim é a conexão com a força criadora para a vida.
“Mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar razão
para viver” (TIM MAIA).
W. Rybeiro
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