2 de janeiro de 2023

 


                                         SUPERAÇÃO DA DOR EXISTENCIAL

 

Nossas vidas são permeadas de sonhos, desejos e projeções. Mas por muitas vezes nos vemos constrangidos pelas circunstância a tomarmos caminhos diferentes daqueles idealizados e cogitados por nós. Quando pensamos que estamos evoluindo em algum projeto ou direção, nos vemos estagnados ou perdidos na odisseia humana, como se estivéssemos novamente no marco zero. Agora trazendo conosco dores, traumas, frustrações e cicatrizes. E lá vamos nós a começar tudo novamente no balançar das marés, no girar do carrossel, tentando marear o rumo da existência como se em nós houvesse tamanha habilidade, e poder para tal façanha.



Os nossos pensamentos, sonhos, projetos e planejamentos parecem ser tão perfeitos, ao ponto de nos convencer a executa-los. Mas no decurso da existência as coisas parecem sair dos trilhos, nos causando muitas dores e desconfortos, quase que insuportáveis. São nossas expectativas sendo frustrada. Mas porquê? Seriam essas esperanças de realização e concretização dos sonhos e projetos, resultante das percepções e experiências externas, do seio social em que somos gestados, inseridos, e assim queremos ser agentes espelhos? Aspirando replicar, vincular os moldes dos outros em nosso plano existencial! Ora! Esquecemos que somos seres únicos em todas as características, aferidas com à acuidade.

Como poderíamos encontrar a essência, o sentido, a satisfação para o nosso ser! Como seria possível passarmos por esse plano lidando harmonicamente com a existência das dores, mas com grande jubilo e serenidade na alma? Podendo enfrentar todas as adversidades, dificuldades e obstáculos com bom animo, fé e ímpeto? Essa bussola que direciona ao rumo do farol, ao porto seguro, está dentro ou fora do ser? É possível encontrá-la? Se sim. Em qual das duas vias? Ou em ambas?  E se não. Como viver sem sentido, perdido ao mar, rodeado de incertezas, inseguranças e temores dos trovões, raios e ventos das tempestades. Da escuridão da noite e das marés não mareadas.

 Muitas pessoas se encontram ilhadas, rodeadas por esses e outros questionamentos existenciais. Outras apena gemem as dores da alma. E há aqueles que saem como tufão, extravasando suas agonias, aflições, desgostos e amarguras, num processo de autodestruição, e destruindo a tudo e a todos que estão à sua volta ou que cruzam seu caminho. Não culpabilizando aqui, esse ser que apenas gostaria de si encontrar na odisseia da vida. Ser um protagonista da sua própria história. Sentir-se vivo e vivaz, experienciando as mais belas e plenas emoções que a vida pode dispor, com sentimentos de prazer, realização e satisfação. A essência e fundamento de um existir pleno, o encontro do barco com a praia, da vida com felicidade humana ao longo da jornada existencial.

A sede, o vazio que leva à busca constate pela eliminação da dor e do sofrimento, e o encontro com a satisfação é algo interior que não se consegue suprir com as coisas materiais, externas. São questões da alma do ser vivente. E por serem de natureza não empíricas dependem de uma conexão ou reconexão, religação com as origens, o criador. Buscar aquilo que vai além do sensitivo, do visível e palpável, daquilo que não se ver mais sente, sabe que existe e que faz a diferença, que completa, realiza, satisfaz, consola dar o alento. Como o oxigênio é para a vida, primordial e mais intenso que o alimento é para o corpo físico, assim é a conexão com a força criadora para a vida.



A superação da dor existencial passa por esse caminho de conhecimento das necessidades: físicas e incorpóreas; material e espiritual. E que, há de se compreender pela filosofia, a medicina psíquica, as ciências sociais e do desenvolvimento humano, a religião e experiências do ser, que a vida é um fruto que descende e finda pela criação e desígnio de alguém superior, maior do que todo o entendimento humano possa compreender. E por tanto há de se buscar esse equilíbrio entre o sacro e o físico, entre os sentidos e a razão. Pois viver é uma epopeia. E o melhor proveito e prazer na existência dependerá desse equilíbrio, da conexão sacro-sensitivo. Assim terá uma história de vida mais prazerosa e satisfatória, com menos dor, desconforto e sofrimento.

“Mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar razão para viver” (TIM MAIA).

                                                                                                          W. Rybeiro


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